sábado, 21 de agosto de 2021

Filmes de guerra

Quando penso em guerra lembro imediatamente de grandes batalhões, tiros aleatórios e incessantes, avanços por terra, mar e ar. Poxa, estou presa à Segunda Guerra Mundial.

A questão é que assistindo ao filme The Hurt Locker (Guerra ao Terror) eu acabo percebendo que as coisas realmente mudaram. A luta é mais complexa e estratégica do que se imagina. Mas continua sendo feita por humanos.

Eu lembro da época em que o filme foi lançado. Eu evitei assistir por todos esses anos. Não sei dizer um motivo exato. Lançado em 2008 (estava eu no segundo ano do Ensino Médio, com 15 anos). Realmente, não valia a pena assistir naquele momento. Kathryn Ann Bigelow fez história ao ganhar o Oscar de melhor direção. Eu não iria compreender a dimensão disso dentro da indústria cultural e cinematográfica.

Óbvio que é um filme estadunidense e a perspectiva é a dos iraquianos como inimigos. Nos dias atuais a pauta está na retomada do poder pelo Talibã no Afeganistão. Esse foi um dos motivos de eu querer ver esse filme agora. Então preparei a pipoca e abri uma cerveja local.

Não me emocionou ou envolveu. Será que estou insensível depois de tanto ver e ler algo sobre guerras, geopolítica e imperialismos? Ou não consegui "vestir a camisa" do soldado estadunidense que vai ao Iraque desarmar bombas? Se eu fosse norte-americana ou europeia pensaria diferente? Visto o terrorismo perto de mim?

De fato expressa uma luta diária para sobreviver. Soldados que nem querem morrer. Talvez no máximo usufruir de uma adrenalina. A que custas?

OK, indo para as questões técnicas. É bacana um filme com uma filmagem mais "rústica" e crua. O foco fica no impacto psicológico do cotidiano. Diálogos curtos e pontuais. Uma tensão frequente, uma monotonia e surtos entre os soldados sempre existentes. Detalhes viram grandes feitos.

Semanas atrás vi o Come and See. Filme soviético. Fica difícil gostar de The Hurt Locker como "filme diferentão". Talvez para os moldes hollywoodianos. Abordam guerras diferentes, claro. Mas o retrato tenso, monótono e com um baita clímax da guerra é mais hipnótico em um do que em outro, isso eu tenho certeza. Enfim, apenas refletindo sobre como o cinema vai me impactando e fazendo pensar sobre a realidade.

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